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25 de Abril de 2024

Jovens detidas após beijo gay em culto pedem R$ 2 milhões a Feliciano

Deputado ordenou a prisão delas durante evento gospel em São Sebastião. Pedido de indenização inclui ainda a prefeitura, responsável pela segurança

Publicado por Maikon Eugenio
há 9 anos

Duas jovens que foram detidas em 2013 durante um culto evangélico do deputado federal e pastor Marco Feliciano, no litoral norte de São Paulo, pedem indenização de R$ 2 milhões ao parlamentar por danos morais. Ele ordenou a prisão a delas, que na época eram namoradas, após um beijo durante um evento gospel.

A defesa das duas mulheres - Joana Palhares Pereira, de 20 anos, e Yunka Mihura, 24 anos anos -, entrou com a ação na Justiça neste mês. Além da ação contra o deputado, também há um processo contra a Prefeitura de São Sebastião, responsável pela segurança no local. A prisão delas foi feita pela Guarda Municipal durante o Glorifica Litoral, show religioso que aconteceu no município em setembro de 2013.

O advogado das jovens, Daniel Santos Oliveira Galani, aponta na ação que a prisão foi arbitrária, motivada por homofobia e sem embasamento legal. Ele conta que até hoje as jovens são identificadas nas ruas e nas redes sociais, sendo frequentemente constrangidas e agredidas.

"O que o deputado fez naquele culto foi desrespeitar os direitos humanos, agredindo publicamente minorias por meio de um discurso de ódio. Reuni no processo cerca de 300 mensagens ofensivas que elas receberam só pela internet após o fato. Elas foram ameaçadas", disse Galani ao G1.

Durante a pregação, Feliciano viu do palco as jovens se beijando e acionou a segurança do evento. Na ocasião, ele afirmou que elas não tinham respeito ao pai, à mãe e à mulher. "A Polícia Militar que aqui está, dê um jeitinho naquelas duas garotas que estão se beijando. Aquelas duas meninas têm que sair daqui algemadas. Não adianta fugir, a guarda civil está indo até aí. Isso aqui não é a casa da mãe Joana, é a casa de Deus", disse Feliciano para os fiéis.

Prisão No caso da ação contra o governo municipal, ele aponta o uso de força excessiva da guarda municipal e o cumprimento arbitrário da voz da prisão dada por Feliciano. "Elas sofreram danos físicos e saíram algemadas do evento. São duas meninas com menos de 60 quilos, foi desproporcional", afirmou o defensor.

Uma das jovens, Joana Palhares, acredita que a ação pode ser um divisor para todos os homossexuais que sofrem discriminação. "Ele fez tudo aquilo achando que ia sair impune, ele incitou a violência. É preciso frear esse tipo de atitude, não é pelo dinheiro, mas sim pelo respeito que nós merecemos e exigimos", afirmou.

Segundo ela, o beijo próximo ao palco onde o pastor celebrava o culto teve como objetivo protestar contra declarações homofóbicas do deputado. "Nós levamos cartazes e a guarda pegou. Decidimos protestar com aquele beijo e não havia nada de errado, o evento era público, na cidade em que eu morava até então", disse. As duas jovens não namoram mais e vivem hoje na cidade vizinha, Ilhabela (SP).

Outro lado O deputado Marco Feliciano informou, por meio de nota, que ainda não foi notificado oficialmente da ação, mas destacou que, durante o evento, após manifesto considerado desrespeitoso por ele, pediu para que os agentes de segurança cumprissem seu dever para que o evento religioso pudesse continuar.

Ele destacou que tem recebido manifestações de apoio de pessoas indignadas com a ação e com o valor, que ele considera absurdo, atribuído como dano. "Minha primeira atitude é de perdão, acreditando que elas não sabem o que fazem. Oro pedindo a Deus que ilumine a vida dessas duas jovens", diz trecho do email.

Procurada, a assessoria de imprensa de São Sebastião, informou que também não foi notificada do processo e, por isso, preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Esse é um assunto de muita repercussão no contexto social nos últimos anos. Sinceramente, sou defensor daquele velho Jargão, o Direito de uma pessoa Termina onde começa o da outra, também exteriorizado pelo Art. 187 do Código Civil, Artigo esse que deveria ser ensinado as crianças desde o primário, qual diz o seguinte:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Há pouco comentei que eu não era um Charlie, pois acho que com a fé não se brinca. Como Cristão fiquei chocado ao ver as caricaturas do Jornal, e confesso que também fiquei chocado com a cena das pessoas embaixo cultuando e as moças praticando um ato que vai contra todos os preceitos sociais das pessoas que ali estavam reunidas.

Essas garotas tem o pleno direito de escolherem sua sexualidade? Sim, com toda certeza, afinal o ser humano é livre para as suas escolhas! As pessoas tem o direito de agir de forma homofóbica e não respeitar essa escolha? Não, lógico que não, mais creio que o respeito tenha que ser reciproco, e pelo que percebi nesse caso uma das partes não respeitou a outra, acho, essa pedido de indenização totalmente descabido!

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5 Comentários

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Então, pela sua lógica, se durante a parada gay um cristão estiver lá distribuindo folhetos da sua igreja, tentando converter alguém ou usando algum símbolo religioso pode ser preso? E isso na sua concepção não é descabido? Sério, o evento estava acontecendo NA RUA. O que esse pastor fez foi totalmente absurdo. Beijo não é atentado ao pudor ou qualquer coisa do tipo. Se fosse um casal hétero não seria desrespeito, certo? Então se o "desrespeito" é só com um casal homossexual, isso é sim homofobia, é sim discriminação e esse pastor deveria pagar sim muito caro para dar o exemplo. Quanto a você dizer que homossexualidade é uma escolha, eu te aconselho a procurar saber mais sobre o assunto. Deixo em anexo um vídeo do Dr. Drauzio Varella que é bem lúcido.

https://www.youtube.com/watch?v=rqi-UTb9f9Y continuar lendo

"Essas garotas tem o pleno direito de escolherem sua sexualidade?" Ninguém escolhe a sexualidade. Você escolheu ser heterossexual? Provável que não. continuar lendo

Então se não é questão de escolha é o que então? Porque esse numero crescente de homossexuais? Eu não escolhi, porque aprendi com meus Pais que Deus criou o Homem e a Mulher para a constituição de uma Família, diferente do que é pregado hoje em dia, onde tudo virou uma questão de escolha, inclusive a opção sexual, o que é amplamente pregado pela Mídia! continuar lendo

É uma condição do indivíduo.
Homossexuais sempre existiram, basta você pesquisar e estudar um pouquinho. Isso não significa que está aumentando o número deles no mundo. Pelo contrário. Pesquisas recentes apontam que eles formam apenas 10% da população. E sempre vai ser assim. Homossexuais sempre vão ser a minoria. E, caso você não saiba, há sim possibilidade de homossexuais formarem uma família. Eu, por exemplo, conheço vários. E, para ser sincera, conheço muitas crianças criadas por casais heterossexuais que não têm metade do carinho e amor que os pais/mães homossexuais têm para com os seus filhos. continuar lendo

Sinceramente, eu não vislumbrei no evento uma ocasião inspiradora para um beijo entre casal gay ou heterossexual. Um evento religioso, onde um pastor (ou mesmo que fosse um padre, etc...) estava pregando uma mensagem bíblica, e de repente duas garotas se beijando, com certo grau de sensualidade... Estranho isso. Olha, todos têm direito de fazerem suas opções, seja de que natureza forem. No entanto, o vovô e a vovó já nos ensinavam que ordem, decência e respeito cabem em qualquer lugar. Devemos nos comportar de acordo com o ambiente em que estamos. Imagina duas pessoas se beijando durante uma audiência judicial? Imagina duas pessoas se beijando, se agarrando, durante um velório? Essas pessoas têm o direito? É claro que sim. Mas o local é próprio? É claro que não não. Respeito, educação, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Assim também nos ensinava o vovô e a vovó. As garotas tinham opção de se beijarem em, pelo menos, um milhão de outros locais. Escolheram um evento religioso, durante uma pregação evangélica, onde o Pastor Marcos Feliciano estava presente? Foi um direito exercido de maneira absoluta, inobservante, desrespeitosa, e isso é inconstitucional. Houve excesso na prisão das garotas por causa do beijo? É claro que sim. continuar lendo